Camadas reforçadas de corretivo e base, usadas como uma espécie de capa protetora contra o preconceito, já não fazem mais parte da vida de Larissa Sampaio. Portadora de vitiligo, doença caracterizada pela perda de pigmento da pele em certas regiões do corpo, a brasiliense de 18 anos parou de camuflar suas manchas e fez as pazes com o espelho ao tornar-se modelo.
Agora, ela carrega o orgulho de ter transformado seu “calcanhar de Aquiles” em superpoder. E ainda assume para si a missão de inspirar outras vítimas da condição autoimune a fazerem o mesmo.
Se no passado Larissa madrugava para esconder as marcas de vitiligo pelo corpo antes de ir ao colégio, agora ela sai de casa com a pele limpa, de queixo erguido. “Minha primeira mancha foi na perna. Eu tinha 5 anos. O caminho até a autoaceitação foi longo. Sofri muito bullying na escola. Enquanto colegas me apelidavam de Dálmata, tias proibiam seus filhos de brincar comigo por medo da minha condição ser contagiosa”, lembra a jovem.
O vitiligo afeta 1% da população mundial e não é transmissível. “A doença é genética. Minha bisavó teve. O problema é agravado pelo estado emocional, ou seja, a vergonha desencadeada pelo preconceito só piora a situação”, diz a modelo. A condição não afeta nada além da aparência da pele.
De patinho feio às passarelas
A brasiliense, que usava apenas calças e blusas de manga comprida para esconder a doença, agora posa de biquíni sem nem titubear. Essa drástica mudança de comportamento, segundo ela, foi impulsionada pelo trabalho como modelo.