Guará foi a primeira cidade a receber o projeto, que segue até setembro passando por cinco regiões, onde serão distribuídos 3,7 mil documentos; durante a ação, também haverá oferta de experiências inclusivas e atendimento social e jurídico.
A assistência às pessoas com deficiência (PcDs) que vivem na capital federal será ampliada com o projeto Carreta da Inclusão, lançado nesta quarta-feira (10). A iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio das secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Pessoa com Deficiência (SEPD), tem o objetivo de facilitar o acesso dessa população a serviços públicos, com a entrega das carteiras de identificação, oferta de atendimentos jurídicos e sociais, suporte na busca de oportunidades de emprego e possibilidade de experiências tecnológicas inclusivas.
“O programa visa atender as pessoas nas regiões administrativas para que a gente possa levar serviços da secretaria e de outras pastas que garantam às pessoas com deficiência os seus direitos, principalmente indo à cidade para facilitar o acesso”, defendeu o secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Santos.
“Estamos trazendo a carteira física para facilitar para as pessoas que têm alguma deficiência oculta possam se identificar dentro dos programas do GDF”
Flávio Santos, secretário da Pessoa com Deficiência
O Guará foi escolhido para a estreia do projeto, que ainda circulará por outras cinco regiões. A carreta itinerante ficará na cidade até sexta-feira (12), no estacionamento do Cave, na QE 25. Por lá, serão distribuídas 514 carteiras de identificação da pessoa com deficiência e do autista em formato de crachá e com cordão e também poderão ser solicitadas novas emissões. Também serão oferecidas atividades acessíveis. Os atendimentos serão das 14h às 16h, nesta quarta, e das 10h às 16h, na quinta e na sexta-feira.
Serviços oferecidos
“Estamos trazendo a carteira física para facilitar para as pessoas que têm alguma deficiência oculta possam se identificar dentro dos programas do GDF”, resumiu o titular da SEPD. “Além de entregar as carteiras, nós também estaremos fazendo novas carteiras e oferecendo outros serviços, como de defensoria pública, de transporte, de empregabilidade e da área social.”
A servidora pública Sílvia Amélia Amaral, 51, foi ao evento com o filho Filipe Lucas Amaral, 16, para fazer a retirada da Carteira Física da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), e lembrou que ter o serviço próximo de casa ajuda muito, tanto para ela quanto para as demais famílias.
“Um projeto desses que traz uma carreta até você é um alento, porque nem todo mundo consegue sair com os filhos”, disse. “O autismo não está no rosto, então [a carteira] vai facilitar na hora de ir numa fila, a um banco ou qualquer tipo de atendimento. É muito importante ter um cordão que identifique para que as pessoas não achem que estamos fraudando. Já que tem, é uma forma de irmos atrás dos nossos direitos.”
Games e atendimentos públicos
Um dos destaques é a arena gamer, com duas áreas onde os visitantes poderão experimentar jogos eletrônicos adaptados com tecnologia assistiva e free play. Além disso, o espaço permite a inscrição no projeto Gamifica-DF da Secti, que oferece cursos de capacitação gratuitos nas áreas de desenvolvimento de jogos, design e marketing.
Ainda durante o evento, os secretários da Pessoa com Deficiência e de Ciência, Tecnologia e Inovação assinaram uma portaria que estabelece diretrizes e competências para cooperação mútua entre as pastas visando desenvolvimento de soluções tecnológicas e inovadoras para pessoas com deficiência do DF.
“Temos essa visão da tecnologia como vetor de inclusão”
Leonardo Reisman, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação
“Temos essa visão da tecnologia como vetor de inclusão”, disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman. “No mundo dos games não há limitações físicas, basta pegar um personagem e desenvolver sua trajetória. Nesse contexto, estamos apresentando o uso de realidade virtual e imersões em experiências de equipe. Também estamos aqui com todo um olhar especial ao nosso projeto de capacitação gamificada.”
O pequeno Marcelo Teixeira, 6, foi com o pai, o jornalista Leandro Aislan, 37, para retirar a Ciptea, e aproveitou para curtir a área game. O pequeno estava imerso no jogo de super-heróis da Marvel. “Temos videogame em casa e ele já está acostumado a jogar”, contou o pai. “Percebemos o desenvolvimento através dos jogos, como a coordenação e a percepção melhoram bastante. É bem interessante que as crianças tenham esse estímulo”.
DF integrado
A Carreta da Inclusão ainda inclui o auxílio à procura de emprego e os atendimentos sociais fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), e jurídicos – aqui, com apoio da Defensoria Pública do DF (DPDF) ,que terá uma van no local. “Em eventos como esse, vemos a integração do GDF para levar serviços públicos até a população; no caso da Sedes temos um trabalho muito atento a essa população”, pontuou a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.
O administrador do Guará, Artur Nogueira, comemorou a presença da carreta na cidade: “Quero agradecer aos secretários por terem escolhido o Guará para ser o piloto do projeto. A população do Guará ganha muito com isso”.
Ao todo, o projeto entregará 3.777 carteiras de identificação. Após a passagem pelo Guará, a Carreta da Inclusão fará itinerância pelas regiões administrativas do DF até setembro. Confira, abaixo, as datas de passagem da Carreta da Inclusão nas cidades.
⇒ Recanto das Emas – dia 30 deste mês e 1º de agosto
⇒ Samambaia – 13 a 15 de agosto
⇒ Gama – 26 a 28 de agosto
⇒ Santa Maria – 3 a 5 de setembro
⇒ Planaltina – 17 a 19 de setembro.
Olhar diferenciado
O GDF tem trabalhado para tornar o Distrito Federal cada vez mais acessível. Um dos grandes feitos foi a criação da SEPD, em 2019. O DF é a segunda unidade da Federação a contar com uma pasta exclusiva que busca ampliar e garantir o cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência.
Também foi na atual gestão o lançamento do Cadastro Único que reúne informações e garante a concessão de duas carteiras de identificação – uma para pessoas com deficiência e outra com TEA – que comprovam a condição, inclusive para a inclusão em ações sociais e econômicas do governo.
No ano passado, as carteiras, antes emitidas apenas em formato digital, ganharam versões físicas. Desde então, foram mais de 4 mil emitidas. Quem quiser adquirir o documento pode fazer a solicitação pelo Cadastro Único da SEPD.
Houve ainda a inauguração do Centro de Atendimento à Pessoa com Deficiência, na Estação de Metrô 112 Sul. O local atua para priorização das políticas habitacionais desenvolvidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) voltadas para a comunidade PcD.