Faltando um ano para o início das Olimpíadas de Tóquio, previstas para o dia 23 de julho do ano que vem, o presidente do Comitê Organizador, Yoshiro Mori disse, nesta quarta-feira, que não gosta da ideia de os Jogos acontecerem sem público. A ideia corrobora a fala do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), na última semana.
– Não devemos fazer com que os espectadores passem por momentos difíceis. Os eventos esportivos são muito importantes para todo o país – disse Mori para a Kyodo News, uma das principais agências de notícias japonesa.
Em março, dias após a Organização Mundial de Sáude (OMS) decretar a pandemia por conta do novo coronavírus, o Comitê Olímpico Internacional (COI), junto com as autoridades japonesas e o Comitê Organizador anunciaram o adiamento do evento.
– É bastante difícil para nós supor que a pandemia de coronavírus esteja contida. Mas se podemos realizar os Jogos em Tóquio com coronavírus, Tóquio pode ser o modelo para os próximos Jogos Olímpicos ou outros eventos internacionais. Ao entregar os Jogos com sucesso em Tóquio, esperamos fortemente que isso possa criar um legado que está na história da humanidade – disse, agora em entrevista para a Reuters.
Desde então, muita especulação sobre os Jogos tem sido ventilada, desde a sua não realização, por conta de uma possível piora da pandemia, até mesmo a possibilidade da competição ocorrer sem maiores problemas, mesmo se a vacina não seja descoberta até lá. Recentemente, o membro do COI mais idoso, Dick Pound, comentou que a entidade não trabalha com uma edição dos Jogos sem público estrangeiro.
Toshiro Muto chefe-executivo Comitê Tóquio 2020 — Foto: Christopher Jue/Getty Images
Mori disse que é preferível manter o cronograma do revezamento da tocha, evento que deve acontecer no primeiro semestre do ano que vem, levando o fogo olímpico para todas regiões do país:
– Seriam indelicado para as regiões que deram sua cooperação desde o início da nossa organização – disse.
O homem forte da organização das Olimpíadas também disse que seria difícil limitar o número de atletas que participam das cerimônias de abertura e encerramento. Esse ideia está sendo ventilada para diminuir o impacto financeiro do adiamento e também para que tenhamos menos contágio durante os Jogos:
– Se os atletas têm muita vontade de participar (das cerimônias), não podemos cortar coisas do nosso lado.O desfile também eleva os espectadores. Acabar com isso não é uma opção – confirmou.
Com os organizadores de Tóquio buscando reduzir os custos adicionais decorrentes do adiamento de um ano em várias áreas, Mori disse estar esperançoso de que os esforços gerem ideias para as próximas Olimpíadas.
– Há muitas coisas que devem ser melhoradas nas operações olímpicas. Mesmo que não possamos perceber desta vez, isso ajudará na próxima. Espero que altos funcionários do COI digam que os Jogos de Tóquio foram um ponto de virada para simplificar as Olimpíadas – disse.
Até o momento, houve mais de 15 milhões de casos confirmados de COVID-19 em todo o mundo, resultando na morte de pelo menos 619.000 pessoas. O Japão também viu recentemente um aumento nos casos COVID-19, com Tóquio atingindo mais de 200 novos casos diariamente nas últimas semanas.