Reduto de cultura, história e modernidade, Ceilândia completa 52 anos nesta segunda-feira (27). Região administrativa mais populosa do Distrito Federal, com 350.347 habitantes, a cidade ocupa área superior a 19 mil hectares e recebeu, desde 2019, R$ 167,8 milhões em investimentos do Governo do Distrito Federal (GDF) em obras de infraestrutura, educação, saúde e mobilidade.
“Ceilândia não é uma cidade velha, mas está envelhecida, ou seja, a infraestrutura precisa de manutenção – e alguns pontos, até de reconstrução”, afirma o administrador regional Dilson Resende. “É uma cidade que está crescendo cada dia mais e melhorando com as ações do governo, sendo bem atendida.”
A região conta com duas unidades de pronto atendimento (UPAs) para atender situações emergenciais. A última a ser inaugurada foi a UPA 2, na Expansão do Setor O, com aporte de R$ 5,4 milhões. Além disso, são 16 unidades básicas de saúde (UBSs) distribuídas pela cidade. A mais nova é a UBS 15, na QR 2, construída com investimento de R$ 3,3 milhões.
Obras por toda parte
Em abril de 2021, foi reaberta a Casa da Mulher Brasileira, na CNM 1, ao custo inicial de R$ 1,3 milhão. Até abril do ano passado, mais de 3,7 mil mulheres em situação de violência foram atendidas pelo serviço público. No âmbito de infraestrutura, seguem as obras da primeira etapa de modernização da Avenida Hélio Prates, ao custo de R$ 20,2 milhões. O pacote contratado inclui pavimentação, drenagem, remodelação de calçadas e estacionamentos.
R$ 42,4 milhõesTotal investido, em 2022, na iluminação pública da cidade
Já nos setores de indústrias e de materiais de construção das áreas de desenvolvimento econômico (ADEs), as obras caminham para o fim. O investimento de mais de R$ 67,5 milhões contempla urbanização, mobilidade urbana, rede de águas pluviais, construção de praças e ciclovias. Em 2022, investimentos de R$ 42,4 milhões garantiram reposição, implantação, eficientização e manutenção de iluminação pública em diversos bairros de Ceilândia.
Além das grandes obras, diariamente, equipes da administração regional e do programa GDF Presente, em parceria a outros órgãos do governo, executam manutenção por toda a cidade. Há ainda esforços para viabilizar projetos para entregar aos ceilandenses uma cidade ainda mais estruturada e organizada, conforme revela o gestor da região: “Temos um planejamento de trabalho para atender a malha viária de Ceilândia no período da seca e evitar problemas com alagamentos e enchentes nos próximos meses de chuva”.
Em relação à educação, mais de R$ 900 mil foram aplicados na reforma de unidades de ensino antes do período letivo deste ano. Atualmente, segue em andamento a reforma do Centro de Ensino Médio (CEM) 10, ao custo de R$ 5,1 milhões, e a reconstrução da Escola Classe 59 (EC 59), por R$ 6,1 milhões. Em 2020, foi entregue o Centro de Ensino da Primeiro Infância (Cepi) Papagaio, construído com aporte de R$ 3,1 milhões.
Revolução
“É uma cidade de empreendedores, de pessoas que vieram do interior do Brasil e mudaram suas vidas”Clemilton Saraiva, presidente da Acic
Por meio da Campanha de Erradicação de Invasões (CEI) – sigla que deu origem ao nome da região -, Ceilândia surgiu como um grande projeto de relocação das pessoas que moravam em áreas não regulares. Em 27 de março de 1971, começaram a ser transferidos para os setores M e N ao norte de Taguatinga cerca de 82 mil moradores da Vila do Iapi, Vila Tenório, Vila Esperança, Vila Bernardo Sayão, Colombo e Morro do Querosene.
De lá para cá, a cidade se transformou. Dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) 2021 indicam que 54,4% da população de Ceilândia é economicamente ativa; desse total, 30% trabalham no comércio e 43% atuam na mesma região em que moram. Mais de 50% dos residentes são do sexo feminino e têm idade média de 34,3 anos.
“É uma cidade de empreendedores, de pessoas que vieram do interior do Brasil e mudaram suas vidas”, afirma o diretor financeiro da Associação Comercial de Ceilândia (Acic), Clemilton Saraiva, que vive em Ceilândia há 45 anos. “Do ponto de vista comercial, Ceilândia tem em torno de 17 mil empresas, entre comerciais, indústrias e prestadoras de serviços, além de cerca de 38 mil microempreendedores individuais”, completa, com base nos dados obtidos pela Acic.
“A partir do momento em que as pessoas conhecem a dimensão de Ceilândia, sentem orgulho”, avalia Saraiva, que está produzindo o livro Ceilândia: do Preconceito ao Orgulho. “Moro aqui e não vou sair, me sinto em comunidade. É um lugar pungente, em que as pessoas se reinventaram e criaram a própria realidade.”
Capital nordestina
Ainda conforme a Pdad 2021, quando questionados sobre a origem, 56,8% dos moradores de Ceilândia disseram ter nascido fora do Distrito Federal. Desses, 15,3% são do Piauí, 12,5% da Bahia e 12,4% do Maranhão.
A feirante Maria Edeusi Silva, 71, se encaixa nesse perfil. Em dezembro de 1971, grávida do primeiro filho, a baiana chegou à capital federal e instalou-se no barraco da cunhada, no Núcleo Bandeirante. Poucas semanas depois, foi transferida para Ceilândia junto ao marido. “Vim no caminhão de madeira com um barrigão e com as pernas inchadas”, relembra.
Maria conta que, aos poucos, evoluiu do barraco de madeira para uma casa com a estrutura adequada para a criação dos filhos e netos. E, segundo ela, a cidade foi crescendo no mesmo ritmo. “Mudou muito; é um ótimo lugar para se viver”, avalia a feirante. “Amo Ceilândia, não troco por nenhuma outra cidade – nem Plano Piloto, Guará, Vicente Pires, não troco. Tenho um amor muito grande por aqui”.
Há mais de 30 anos, Maria Edeusi trabalha com a venda de brinquedos, mochilas, chapéus, entre outros itens, na Feira da Guariroba. O espaço está sendo reformado pela Novacap, com manutenções nas instalações elétricas e na estrutura em geral, a partir do aporte de R$ 2,7 milhões.
A Feira Central de Ceilândia também está com obras em andamento. O investimento é superior a R$ 723 mil e contempla a manutenção do telhado, a recuperação dos alambrados e dos banheiros, a recuperação e a pintura dos pilares metálicos, a modernização da iluminação interna e a pintura externa. Nas feiras do P Norte, do P Sul e do Setor O, os serviços de conservação e reparação já foram concluídos. Os investimentos nos três equipamentos públicos, somados, chegam a R$ 2.215.062,49.
Entre as obras tocadas atualmente, destaca-se a reforma da Praça da Estação do Metrô Ceilândia Centro
Outro ponto que recebeu melhorias foi a Casa do Cantador – obra de Oscar Niemeyer conhecida como Palácio da Poesia e ícone de manifestações culturais nordestinas. Em 2021, com recursos de R$ 282 mil, foi finalizada a restauração da fachada e modernização da parte elétrica do espaço.
Também foram executadas melhorias nas praças, parques infantis, academias comunitárias e campos de futebol da região. Entre os novos espaços construídos desde 2019, destacam-se os campos de futebol de grama sintética na EQNN 8/10 e QNQ 25, que custaram R$ 1,2 milhão. Houve ainda a inauguração da Praça dos Direitos, que teve investimento de R$ 2,7 milhões, e segue em andamento a reforma e urbanização da Praça da Estação de Metrô Ceilândia Centro, obra para a qual também estão sendo destinados R$ 2,7 milhões.
Comemoração
A festa de aniversário de Ceilândia começou no início deste mês, com competições esportivas e eventos culturais, e continua nesta segunda-feira (27). A partir das 11h, será realizada uma homenagem à cidade na administração regional, na Praça do Trabalhador, na QNM 13. Haverá corte de bolo, apresentações de mágica para a criançada e muita música com os projetos Feira de Talentos e Música e Cidadania.
Programação
A partir das 11h – corte do bolo
→ Palco Feira de Talentos
→ Mágico Tio André
→ Turma do Cerradinho
→ Art Sublime
→ Banda Safira
→ Alisson e Ariel
→ Squema Seis
→ Palco Música e Cidadania
→ Menino de Ceilândia
→ Trio Biju
→ Trio Moinho d’Água
→ Rafael Silva
→ Galã do Piseiro.