Entre 2 de janeiro e 1º de outubro de 2022, foram registrados 66.834 casos prováveis de dengue no Distrito Federal, um número 398% maior do que os 12.882 infectados em 2021. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do DF na última sexta-feira. Segundo o documento, 96% dos casos verificados nos dez primeiros meses de 2022 são moradores do DF. Os outros 4% contabilizados são residentes de outros estados: Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Bahia.
A Secretaria de Saúde informou, em nota, que vai intensificar ação de fumacê para eliminar o mosquito causador da dengue, chikungunya e zika vírus. Hoje, o veículo vai passar por Ceilândia, Guará e Taguatinga. O objetivo é reforçar os cuidados antes do início das chuvas, período que aumenta a concentração de água parada em depósitos que servem como focos para larvas. A pasta esclarece que 97% dos focos estão dentro das moradias, por isso, o combate deve ser doméstico. De janeiro a outubro deste ano, foram inspecionados 2.164.753 imóveis no DF e tratados e/ou eliminados 531 mil possíveis depósitos do mosquito.
Em relação ao último boletim, divulgado em 7 de outubro, 418 novos casos foram contabilizados. A maior incidência a infecção pela dengue no DF é entre as mulheres, com 2.240, 2 casos por 100 mil habitantes. A faixa etária com maior incidências de casos é entre 70 e 79 anos, com 2.567,7 a cada 100 mil habitantes. Entre os óbitos registrados neste ano, cinco vítimas são do sexo masculino e seis do sexo feminino.
Entre as Regiões Administrativas do DF, Ceilândia tem o maior número de registos em 2022 até o momento, com 10.915 infectados, seguida por Samambaia, com 6.069 casos. Na sequência, Taguatinga contabilizou 4.149, Planaltina 3.815 e São Sebastião 3.149 habitantes.
A dengue é uma doença transmitida por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. “É uma doença infecciosa, febril e aguda que pode se apresentar de forma benigna ou grave, podendo levar o paciente a óbito”, explica o infectologista Julival Ribeiro. O especialista disse ainda que há um aumento do número de casos de dengue em todo o Brasil. “Precisamos de medidas sanitárias urgentes no Brasil, principalmente em áreas endêmicas de dengue”, completa o profissional.
O infectologista Hemerson Luz alerta a população para os hábitos diurnos do Aedes aegypti. “Não adianta dormir com mosqueteiro. É preciso procurar coleção de água, colocar tela e evitar água acumulada no quintal de casa. O mosquito tem uma autonomia de voo curta, de mais ou menos 100 metros”, orientou o médico.