Após a ressurreição, Jesus Cristo deixou para a Sua igreja a chamada Grande Comissão. Uma ordem que deve ser cumprida e alcançada para que a nossa missão como Corpo de Cristo dê continuidade à obra que Ele começou.

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” (Mateus 28.19,20)

O propósito fundamental do evangelho é transformar pessoas comuns em extraordinários discípulos de Cristo, que entregaram a sua vida a Jesus, que desfrutam de um crescimento espiritual contínuo, adorando-o, servindo à Ele e ao próximo, em comunhão com as pessoas e cumprindo a sua missão.

“A Grande Comissão não é uma grande sugestão, mas um mandamento.” (Pr. Carlito Paes)

Então, a ordem que recebemos, como igreja, é de: Fazer discípulo. Na época de Jesus não existia a estrutura que a igreja local possui hoje, como cursos, programas, retiros e outras ferramentas, que chamamos de discipulado. Porém, ao longo da história da Igreja, algumas estruturas foram criadas para conduzir as pessoas a um processo de crescimento espiritual.

Eu gostaria de te convidar a pensar no tema, da seguinte forma… Imagine uma sala de parto e uma mulher grávida. A criança não pode ser gerada e nascer da sala de parto, porque um ambiente não pode gerar pessoas. Inclusive, a criança pode até mesmo nascer em outro lugar, como em um carro, numa casa, na rua… Então, para que serve uma sala de parto? A sala de parto, com equipamentos e profissionais, busca gerar um ambiente seguro para que as crianças nasçam   saudáveis   e   o risco de morte seja reduzido.

O que isso tem a ver com o nosso tema? Tudo! Imagine que a mulher grávida é um discípulo de Cristo e a sala de parto é o discipulado. Então, vamos aprofundar o que isso pode significar para nós como igreja. Um discípulo de Cristo pode nascer sem um processo de discipulado formal, mas sabemos que ele correrá riscos maiores em seu desenvolvimento de fé e em sua doutrina. Mas, o discipulado não pode gerar discípulos, da mesma forma que uma sala de parto não pode gerar crianças. Pessoas geram pessoas, discípulos geram discípulos.

Podemos abrir mão da forma como fazemos discipulado, mas nunca poderemos abrir mão de fazer discípulos.

A nossa responsabilidade em cumprir a Grande Comissão discipulando pessoas é atemporal! Deste modo, precisamos rever nossas estratégias de discipulado levando em  consideração as mudanças nos dias atuais. Há um ditado latim que diz: “tempora  mutantur et nos mutamur in illis” que significa “os tempos mudam e nós mudamos com  eles”.  

Não dá para fazermos discipulado nos dias atuais da mesma forma como fazíamos 10,  20, 30 anos atrás. As pessoas não aprendem do mesmo jeito e não entendem da mesma  forma. Como igreja, nós devemos mudar a metodologia sem perder os valores eternos da  Palavra. Não precisamos contextualizar a Palavra de Deus, mas a igreja precisa ser  contextualizada. A Bíblia já é em si mesma relevante, atual e poderosa para transformar  as nossas vidas, mas como igreja somos chamados para despertar essa geração atual.  

Desde março do ano passado, com a pandemia do COVID-19, a igreja tem sido desafiada  a romper a sua forma de enxergar suas celebrações, de se comunicar na internet, de se  conectar em comunhão, de continuar a sua missão de fazer discípulos… Isso!  Perseguição e tempos difíceis nunca foram obstáculo para o crescimento da igreja. O  evangelho é a boa notícia do céu enquanto ainda recebemos as más notícias da terra.  Não podemos parar de pregá-lo, pois ele é a esperança para esse tempo.  

A igreja pode ter uma presença na internet, sem produzir uma transformação on-line.  Lembrando que o papel da igreja não é transmitir conteúdo, mas transformar pessoas.  Então, quando falamos sobre Igreja On-line não estamos falando sobre uma transmissão,  sobre cursos, programas ou atividades na internet. É sobre continuarmos a cumprir nossa  missão, mesmo que estejamos a distância e em qualquer lugar do planeta.  

Uma Igreja On-line cumpre o Grande Mandamento (Mateus 22.37-38) e a Grande  Comissão (Mateus 28.19,20), através dos propósitos de Deus de: missões, adoração,  discipulado, serviço e comunhão. Alcançando, de maneira contextualizada, todas as  faixas-etárias: crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Sustentando as duas  asas, como: células on-line e ministérios on-line.