Cerca de 1.500 pessoas circulam pela feira que vende de tudo um pouco | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Foram quase quatro anos de luta. Mas os feirantes da Feira Livre da Estrutural conseguiram reverter a situação que prejudicava tanto os trabalhadores rurais que ali expõe seus produtos, quanto a população local. Como um bom filho que à casa retorna, o espaço volta ao antigo local que era, ou seja, a Avenida Principal da RA, área central da cidade, entre os retornos da Feira Permanente, ali ao lado, e o que leva à administração regional.

“Antes, a feira funcionava no espaço aonde será construída a 8ª DP, um lugar distante e que não tinha como passar carros, por causa disso, estavam falando em acabar com a Feira Livre da Estrutural, mas como tirar o anzol do pessoal que vai pescar?”, questiona a administradora Vânia Gurgel. “Em uma semana conversei com as lideranças do setor, os moradores, empresários da região e conseguimos voltar para o lugar anterior da feira”, disse, animada.

352é o número de boxes na Feira Livre da Estrutural

Com 25 anos de existência, a Feira Livre da Estrutural é o centro comercial dominical mais importante da região. São cerca de 1.500 pessoas circulando entre as bancas e barracas que vendem de tudo: hortaliças, frutas, roupas e artigos rurais, passando por carne, verduras e legumes de toda variedade. São 352 boxes cadastrados no local, com mais de 500 feirantes circulando. Antes de voltar para o lugar de origem, mais central, o popular comércio de rua já tinha passado por outros quatros espaços na RA.

“Uma das responsabilidades que nós temos é receber as pessoas, analisar aquilo que é importante e essa solicitação dos feirantes, de voltar a feira para onde era antes, era uma reivindicação antiga”, destaca o presidente da Câmara Legislativa, deputado Rafael Prudente, de passagem pelo lugar na manhã deste domingo (23). “Houve um consenso entre os comerciantes e os moradores para que a feira voltasse com segurança ao seu antigo lugar. É uma alegria ver que conseguimos”, festeja o distrital.

Área central

A agricultora Francisca Ferreira diz que com a feira na área central da Estrutural está recebendo mais clientes na barraca de vegetais

Como era o primeiro domingo da Feira Livre ao seu espaço antigo, alguns ajustes serão feitos no futuro para que o comércio funcione de forma organizada e orgânica. A ideia é estabelecer bancas e pontos por setores. É o que explica Adélio Domingos da Silva, 69 anos, presidente da Feira Livre. Dono de uma chácara nas proximidades do Guará, há 23 anos o agricultor expõe seus produtos na cidade. Ele estava ansioso pela volta da Feira Livre ao seu lugar de direito.

“A feira no seu lugar de origem significa muito, significa tudo para nós trabalhadores e também para os moradores, estamos muito satisfeitos com sua volta”, diz, animado, o feirante. “Agora, o que tem que fazer, é organizar, junto à administração, os locais certinhos onde vai ficar cada ponto para todo mundo trabalhar direitinho”, planeja.

Concorda a agricultora, Francisca Ferreira, 29 anos. Dona de uma banca de folhagens, ela vende cheiro verde, alface, agrião e rúcula, entre outros vegetais. “Nossa variedade de produto é grande e temos um espaço pequeno para expor os alimentos. Acredito que no próximo domingo isso esteja resolvido, mas a feira aqui é melhor porque fica no centro da Estrutural, a gente consegue pegar os moradores de todas as partes da cidade”, observa. “Quando a feira não era aqui as pessoas não iam porque era longe, aqui facilitou a vinda dos moradores e aumentou o número de clientes para gente”, faz coro a colega de banca, Jaqueline Talismano, 32 anos, há 15 vendendo frutas na localidade.