“A gente já viu os resultados. Podemos produzir medicamentos à base de plantas, que vão favorecer e facilitar o emprego desses remédios para a população” – Manoel Pafiadache, secretário de Saúde

Após seis meses de replantio, o horto da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte está pronto para voltar a receber a população. Fonte de mais de 100 espécies de plantas medicinais, o local foi reapresentado à comunidade, na terça-feira (29), e poderá ser novamente visitado a partir da próxima semana, nas tardes de quinta-feira.

O secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, esteve no horto na tarde de quarta-feira (30) e exaltou o trabalho dos colaboradores que atuaram na reforma do local. “A gente já viu os resultados. Podemos produzir medicamentos à base de plantas, que vão favorecer e facilitar o emprego desses remédios para a população”, comentou.

O gestor da pasta destacou que o trabalho integrado entre comunidade e servidores é fundamental para a construção de mais hortos. “Vou dar continuidade e apoiar esse tipo de ação”, assegurou.

Há dois hortos recém-reformados no DF: o da UBS 1 do Lago Norte e o do Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (Cerpis) de Planaltina. Dois serão reinaugurados em breve: um no Núcleo de Farmácia Viva do Riacho Fundo I e outro na Casa de Parto de São Sebastião. Além desses quatro, a meta é construir 12 novas unidades, contemplando grande parte do Distrito Federal.

Nos hortos, há produção de plantas medicinais fitoterápicas, que são processadas e prescritas a pacientes. Esses espaços são usados tanto por profissionais de saúde quanto pela população e servem como instrumento de ações de educação popular.

As plantas medicinais fitoterápicas produzidas no horto são processadas e prescritas a pacientes

Variedade de espécies

Pitanga, lavanda, camomila, alecrim-do-campo e eucalipto são algumas das espécies cultivadas no horto da UBS 1 do Lago Norte. O médico de família e comunidade Marcos Trajano, referência técnica distrital (RTD) de fitoterapia, fala sobre a função da unidade para a saúde do Distrito Federal. “Esse horto tem, acima de tudo, um papel de educação em saúde”, explicou.

As plantas produzidas no horto são encaminhadas às duas unidades de medicina viva do DF: o Cerpis, em Planaltina, e o Núcleo de Farmácia Viva, do Riacho Fundo, que recebem as espécies e as transformam em medicamentos. “O papel do horto do Lago Norte é o de produção e fornecimento dessas plantas.; e, obviamente, aqui na própria UBS, nós podemos usar a planta fresca, caso haja uma situação que necessite”, detalhou Trajano.

Responsável pelo laboratório de farmacotécnica do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), a farmacêutica Eva Ferraz Fontes pretende utilizar as plantas no tratamento de pacientes com câncer. “Começamos a fazer testes com um gel orabase de camomila, e alguns pacientes tiveram resultados muito bons”, comentou.

Capacitação

Nesta semana, estão sendo finalizadas as atividades político-pedagógicas dos cursos de Especialização e Livre Cultivo Biodinâmico de Plantas Medicinais na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis no DF (TSS-DF). A capacitação prepara profissionais para a produção de plantas medicinais e especialização nos hortos. A Secretaria de Saúde (SES) conta com parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Unicamp, bem como de outros órgãos do DF, como Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e Emater. A turma Semeando Céu encerra as aulas nesta sexta-feira (1º).

*Com informações da Secretaria de Saúde

Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes