Foto: Marcio Antonio Campos com Midjourney
O apoio dos cristãos evangélicos a Israel tem origem em muitos pontos teológicos, com o mais comum sendo uma visão escatológica chamada pré-milenismo, mas há um esforço da elite intelectual em difundir o antissemitismo e antissionismo para que resulte em ruptura com a nação judaica.
Embora a maioria dos evangélicos ainda siga um posicionamento de intercessão por Israel, um livro publicado em 2023 pelos pesquisadores Kirill M. Bumin e Motti Inbari, intitulado Christian Sionism in the Twenty-First Century: American Evangelical Opinion on Israel (“Sionismo cristão no século 21: a opinião dos evangélicos americanos sobre Israel”, em tradução livre), indica que os jovens evangélicos abaixo de 30 anos já não nutrem tanta simpatia pela nação judaica.
No livro, há especulações sobre os motivos para esse distanciamento de um posicionamento adotado há séculos pelos cristãos protestantes, que sempre apoiaram Israel – ao contrário da Igreja Católica, que sempre nutriu discursos antissemitas (por serem os judeus fariseus os autores intelectuais da crucificação de Jesus) e antissionistas, com papas ao longo da história se opondo à presença de judeus em Jerusalém.
Marxismo cultural
Entretanto, em um olhar mais voltado para a influência imediata da cultura, o professor Richard Land, presidente emérito do Southern Evangelical Seminary em Charlotte, na Carolina do Norte (EUA), entende que a presença de jovens evangélicos nas universidades ao longo dos últimos 20 anos expôs esse público à influência marxista:
“Em primeiro lugar, é verdade, infelizmente”, disse Land sobre o crescente distanciamento dos jovens cristãos em relação a Israel. “Vejo isso o tempo todo. Acho que há vários motivos. Um deles é que os evangélicos mais jovens frequentaram a universidade nos últimos 20 anos, e as universidades foram, em grau significativo, subvertidas pelo dinheiro árabe do petróleo”, pontuou.
As nações árabes são, em sua maioria, inimigas de Israel e trabalham pela perda de influência dos judeus no mundo ocidental, visando duas frentes: menor resistência ao islamismo na Europa e América e o isolamento de Israel em termos diplomáticos, o que permitiria uma guerra aberta contra o país.
Além disso, o professor Land afirmou que muitas escolas também foram infiltradas por uma forma de marxismo cultural que vê Israel como um “estado opressor”, e isso contaminou também os jovens evangélicos presentes nesses ambientes:
“Algumas formas de marxismo cultural veem os judeus, em particular, como uma classe opressora branca, por isso alimenta o antissemitismo. Você olha para o que está acontecendo recentemente e isso não pode ser tão difundido sem ideias. As ideias têm consequências. E nos últimos 20 anos ou mais, a geração mais jovem de americanos foi envenenada por esta filosofia de lavagem cerebral”, articulou Land.
Esse mesmo cenário está presente nas universidades brasileiras, e semelhantemente ao que ocorre entre os jovens evangélicos nos EUA, no Brasil os movimentos de “crentes de esquerda” começam a ganhar alguma força através das redes sociais, principalmente entre jovens.
“Como eles foram influenciados pelo marxismo cultural e por verem os israelenses como opressores, alguns deles se tornaram amilenistas. Claro, se você é amilenista, então você não acredita que Deus tenha algo a ver com Israel”, especulou o professor Land, de acordo com informações do portal The Christian Post.
Amilenismo
Há uma tendência entre os teólogos contemporâneos de associar a interpretação escatológica amilenista à uma ideia de irrelevância de Israel para o cumprimento de profecias e a Segunda Vinda de Jesus Cristo.
Esta, porém, é uma visão combatida pelo professor Franklin Ferreira, em seu livro Por Amor de Sião, em que defende a manutenção da aliança de Deus com Israel sem prejuízo da visão amilenista:
Fonte: noticias.gospelmais.com.br