Elas são essenciais na mobilidade de pessoas com deficiência e, a partir desta semana, vão melhorar a qualidade de vida de cidadãos com restrições de locomoção. Começou nesta segunda-feira (13) e vai até quinta-feira (16) um mutirão do Governo do Distrito Federal (GDF) para a entrega de 259 cadeiras de rodas e 111 de banho. A ação vai acelerar o atendimento e diminuir a lista de quem precisa desse equipamento e não tem condições de comprar.

Isabel Soares foi buscar a cadeira de rodas para a neta, Isabelly, que nasceu com má formação cerebral: “A cadeira anterior já não estava sendo suficiente” | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Estão sendo beneficiados crianças, adultos e obesos cadastrados no programa Órteses e Próteses da Secretaria de Saúde. A pasta, inclusive, dá suporte à Secretaria da Pessoa com Deficiência, responsável pela compra de 1,2 mil cadeiras por meio de emenda parlamentar do deputado distrital Iolando Almeida. Foram investidos R$ 1,5 milhão nessas aquisições.

“Dar mobilidade a quem precisa é garantir a inclusão à vida social”Flávio Santos, secretário da Pessoa com Deficiência

De janeiro de 2019 à primeira semana de dezembro de 2021, o GDF já distribuiu, por meio da Secretaria de Saúde, 4.593 cadeiras de rodas e 1.620 de banho. Já a Secretaria da Pessoa com Deficiência entregou, só este ano – sem incluir a leva do mutirão -, 879 cadeiras de rodas e 1.072 de banho.

“Essas cadeiras são, na maior parte dos casos, os pés dessas pessoas e as únicas condições que elas têm de se locomover. Dar mobilidade a quem precisa é garantir a inclusão à vida social”, explica o secretário da Pessoa com Deficiência do DF, Flávio Santos.

Por mais de dois anos, Emily Cristine carregou a filha Agatha no braço. Agora a menina tem sua primeira cadeira de rodas

As entregas ocorrem, com horário marcado, a beneficiários já cadastrados, no Parque de Apoio da Secretaria de Saúde, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

Os usuários das cadeiras devem comparecer pessoalmente à oficina ortopédica para experimentar o tamanho ideal do equipamento. Quem estiver acamado ou hospitalizado, precisa comprovar a ausência com um documento médico.

Uma van adaptada foi colocada à disposição para buscar e levar na parada próxima ao centro os pacientes que chegarem pelo transporte público.

“O mutirão vai ajudar a diminuir a lista de espera e, em alguns tipos de cadeira, até a zerá-la”, explica a chefe da Oficina Ortopédica da Secretaria de Saúde, Maria Fernanda Baciuk.

Faz a diferença

No DF vivem, atualmente, cerca de 140 mil pessoas com alguma deficiência. Uma delas é a pequena Agatha Esther, de 3 anos, do Riacho Fundo, que ganhou a sua primeira cadeira de rodas. Depois de sofrer um engasgo aos 8 meses e ficar 15 minutos em parada cardíaca, a menina não anda e não fala.

A mãe, Emily Cristine, 20 anos, diz já ter gasto muito dinheiro com a compra de carrinhos infantis e ter carregado no braço a filha por mais de dois anos. “Estou feliz porque essa cadeira vai ajudar no bem-estar dela e no meu”, diz Emily.

Outra criança que recebeu uma cadeira foi Isabelly Sophie, 3 anos e 8 meses. A entrega foi feita à avó, Isabel Soares, 40 anos, já que a menina – que nasceu com má formação cerebral – está internada. Ela conta que o último equipamento comprado custou cerca de R$ 2,5 mil. “A cadeira anterior já não estava sendo suficiente para a Isabelly. Ter conseguido uma nova e melhor, sem custo algum, fará bastante diferença.”