Faleceu nesta quinta-feira (6/5) a missionária Isaura Lima Lopes, aos 84 anos, que dedicou a vida a levar o evangelho aos inúmeros passageiros que passam pelo Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek. Isaura teve problemas cardíacos e não resistiu, segundo conhecidos da idosa.
“Estamos tristes pela perda, mas temos a certeza que ela está em um bom lugar agora”, afirma Gabriel Lima Silva, fiscal de segurança do Aeroporto de Brasília. “Cumpriu a missão e guardou a fé!”
Sem ouvir desde os 38 anos, Dona Isaura carregava a Bíblia e cartazes para propagar sua mensagem de fé. Ela e Gabriel se conheciam havia 9 anos, relação que ele descreveu como amizade verdadeira.
“Conheci ela no aeroporto de Brasília e desde então me apeguei muito”, relata o segurança.
A idosa afirmava ter nascido em Goiana, município de Pernambuco, e não tinha contato com a família. A mãe, segundo contava, morreu quando ela tinha 11 anos. Dizia ainda que foi noiva duas vezes, mas não chegou a se casar. “A partir daí, comecei a servir a Deus e costumo dizer que sou guiada por Ele”, garantiu em entrevista ao Metrópoles, em 2017.
Depois de 40 anos viajando de cidade em cidade, ela veio para o Distrito Federal. Chegou em 1992 e começou a frequentar o aeroporto no ano seguinte. A frequência no terminal, que era de algumas horas, se transformou em dias, meses, anos. Dona Isaura mantinha uma quitinete alugada em Valparaíso (GO), no Entorno, mas, nesses últimos 24 anos, passou a maior parte do tempo no JK. Ela também circulava por outros aeroportos do país.
Conforme Dona Isaura contou, Cristo “a chamou” para ser missionária aos 19 anos, no dia 7 de julho de 1953. Ela relatou que sobrevivia apenas com um salário mínimo da aposentadoria. Com esse dinheiro, pagava o aluguel da quitinete, água, luz, empréstimos que faz para ir a outros aeroportos e se alimentava por mais ou menos 10 dias.