Banco de Leite Humano do HRSM precisa de doações constantes para alimentar bebês internados; neste domingo (17) é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade
A campanha Novembro Roxo conscientiza a população acerca dos desafios dos nascimentos prematuros em todo o mundo, tendo em vista que no dia 17 é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade. A data tem a finalidade de alertar sobre o crescente número de partos prematuros, como preveni-los e informar a respeito das consequências do nascimento antecipado tanto para o bebê, família, sociedade e também para a equipe de saúde.
O roxo simboliza sensibilidade e individualidade, características que são muito peculiares aos bebês prematuros. Além disso, a cor também significa transmutação e mudança. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado bebê prematuro aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação. Subdivide-se a classificação em prematuros extremos, os que vieram ao mundo antes das 28 semanas e correm mais risco de vida.
“Cada gota consumida faz a diferença na vida deste bebezinho prematuro. Por isso, todos os dias passamos visitando e conversando com as mães, perguntando como elas estão, se elas têm conseguido tirar o leite”
Maria Helena Santos Faria, chefe do serviço de Banco de Leite Humano do HRSM
Referência no atendimento a gestantes de alto risco da região de saúde sul e entorno sul do Distrito Federal, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) acaba realizando um número elevado de partos prematuros devido à complexidade do serviço. Atualmente, o HRSM possui 20 leitos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), 15 leitos na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin) e mais 51 leitos na maternidade, sendo dez deles destinados às gestantes de alto risco, além de contar com um Banco de Leite Humano (BLH) e com uma equipe multidisciplinar para prestar toda a assistência a este bebê prematuro e sua família desde seu nascimento.
Essencial para o desenvolvimento da criança, o leite materno é um aliado importantíssimo para a vida dos recém-nascidos, principalmente os prematuros, tendo em vista que em alguns casos, eles ainda não podem ter contato com a mãe para mamar.
“Cada gota consumida faz a diferença na vida deste bebezinho prematuro. Por isso, todos os dias passamos visitando e conversando com as mães, perguntando como elas estão, se elas têm conseguido tirar o leite. Nesse processo, bem informal, é possível identificar aquelas mães que apresentam dificuldade e prestamos um auxílio”, afirma a chefe do serviço de Banco de Leite Humano do HRSM, Maria Helena Santos Faria.
Segundo ela, as doações são essenciais, pois a prioridade são os bebês prematuros. “Temos uma média de 600 bebês receptores de leite humano por mês, sendo diariamente cerca de 35 bebês alimentados com nossos estoques”, explica. Em outubro, o BLH do HRSM conseguiu coletar um total de 206,19 litros de leite, ficando atrás do mês de setembro, quando foram arrecadados 214,28 litros. As doações são sempre necessárias.
Importância do Banco de Leite Humano
Thayse Sampaio, de 34 anos, é mãe do pequeno Heitor, de 2 aninhos. Seu filho nasceu no HRSM, prematuro, de 33 semanas, pesando apenas 1,314 kg e medindo 38 cm.
“Mesmo nascendo bem pequeno e com baixo peso, ele não precisou ir para a Utin, foi direto para a Ucin ganhar peso. Lá ficamos por 32 dias. Heitor tinha dificuldade de ganhar peso. Eu tinha bastante leite, mas ele não conseguia mamar por muito tempo. Então, a equipe me ensinou a fazer a ordenha. Recebemos alta, mas precisávamos continuar indo ao Banco de Leite uma vez por semana para acompanhar a evolução. Ele saiu do hospital com 1.826 kg. Acompanhamos até ele fazer 2 meses. Depois, ele recebeu alta do Banco de Leite e já não fazíamos mais a translactação, ele mamava já no peito em livre demanda e mama até hoje”, relata.
Segundo Thayse, o apoio da equipe do Banco de Leite foi fundamental para o sucesso da amamentação, pois ela não sabia muito acerca do assunto e desde o primeiro dia foi acompanhada e assistida da melhor forma, as orientações foram muito importantes no processo. “Doei leite quando estava internada e também em casa, o pessoal do Corpo de Bombeiros ia uma vez por semana buscar. O leite materno é muito importante no sentido de alimentar, na recuperação, mas também para criar o vínculo entre mãe e filho”, conclui.
Toda mãe que amamenta seu filho é uma potencial doadora e pode ajudar centenas de bebês. Quem tiver interesse, basta procurar o Banco de Leite Humano do HRSM ou se preferir, se inscrever pelo site Amamenta Brasília, ou fazer o cadastro no telefone 160 – opção 4.
*Com informações do IgesDF