O perigo de fortes chuvas continua em boa parte do país em uma faixa que vai do Amapá até o estado de São Paulo, passando pelo leste do Pará, Maranhão, Piauí, Tocantins, oeste da Bahia, oeste de Minas Gerais e parte de Goiás e de Mato Grosso do Sul. O Inmet, Instituto Nacional de Meteorologia, prevê a possibilidade de chuvas fortes nessas regiões até a manhã desta quarta-feira, com risco de alagamento, corte de energia e queda de árvores.

Este início de ano tem sido marcado por alagamentos e estragos provocados pelas chuvas em várias unidades da federação. O governo do Piauí, por exemplo, decretou nesta semana situação de emergência para a capital Teresina por causa das chuvas. Outros estados, como Maranhão, Tocantins, Pernambuco, também estão registrando prejuízos e alagamentos. Em Minas Gerais, 77 municípios foram declarados em situação de emergência e mais de 16 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas no estado.

A meteorologista do Inmet Andrea Ramos ressaltou que existe um consenso entre os especialistas de que este ano as chuvas estão acima da média, intensificadas, entre outros fatores, pelo fenômeno La Niña.

As fortes chuvas, por outro lado, deram uma trégua no sul da Bahia, região até então mais castigada nos últimos dias. Porém, a situação dos atingidos, em muitas regiões, ainda é de vulnerabilidade. O morador de Itabuna Rick Trindade juntou a família e amigos para receber doações e ajudar os atingidos. O comunicador distribuiu mais de 300 cestas com itens de primeira necessidade, mas ressalta que ainda há famílias que precisam de ajuda.

Situação similar ocorre em Ilhéus, outro município muito prejudicado pelas chuvas no sul da Bahia. O dentista Tadeu Gonçalves participa de um grupo de voluntários que recolhe doações para os atingidos. Ele conta que ainda hoje parte dos moradores da cidade precisam de itens básicos.

Nessa segunda-feira, o governo federal enviou à região mais 23 médicos do programa Médicos Pelo Brasil para prestar assistência básica aos moradores atingidos. A estimativa é que até o dia 10 de janeiro estejam à disposição dos municípios cerca de 110 médicos do programa federal.

De acordo com a Defesa Civil da Bahia, mais de 93 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas por causa das chuvas, sendo mais de 715 mil o número de moradores prejudicados na região.

Edição: Raquel Mariano / Beatriz Arcoverde