Uma ação inédita da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin) – órgão subordinado à Secretaria de Educação (SEE) – vai abordar, de maneira incisiva, a importância do combate e cuidados contra o mosquito Aedes aegypti entre os quase 500 mil alunos da rede pública do DF.

O pontapé inicial da campanha será oficializado no sábado (29), dia temático de combate à dengue nas escolas. A meta é trabalhar a questão de forma constante e abrangente ao longo de todo o ano, relacionando o tema com todas as disciplinas e atividades escolares.

“A gente sabe que a dengue age o ano inteiro, o mosquito não dá trégua e que o combate à dengue se dá por meio da população, com os cuidados no dia a dia. Com esse projeto, vamos fazer dos estudantes agentes transformadores no combate à doença”, explica o gerente de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira e Arte-Educação da Subin, David Nogueira, que aposta na capilaridade do público assistido pelo órgão. “São milhares de estudantes e mais pais e responsáveis. O público atingido com essa campanha pode chegar a um milhão de pessoas, ou seja, um terço da população do DF”, diz.

Foto: Divulgação

Com o objetivo de orientar os professores na abordagem sobre a dengue dentro da sala de aula, mesmo que de forma remota, uma cartilha foi preparada para servir de ferramenta educativa.

Intitulado Todos Contra a Dengue, o documento, de 13 páginas, explica a proposta do projeto, além de trazer sugestões de atividades e dicas de material de apoio como livros, publicações e sites que falam sobre essa doença que contaminou mais de 5,6 mil pessoas no DF neste ano.

Os dados são do Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (SES).

“É um material bem amplo, porque nós atendemos estudantes de todas as idades e séries, desde os que estão nos anos iniciais, até aqueles que integram o EJA [Educação de Jovens e Adultos], com 70, 80 anos”, destaca David Nogueira. “Damos a opção de o professor trabalhar, dentro de sua realidade, o tema, ou seja, da forma mais criativa e que faz mais sentido para ele”, esclarece o gestor.

Multiplicadores da informação

Professor de biologia na rede pública do DF, Tiago Mendonça, 40 anos, vê como pertinente a iniciativa de abordar informações sobre a dengue entre alunos da rede pública – sobretudo no atual cenário de crise sanitária pelo qual passam o país e o mundo, com o vírus da covid-19 assustando a todos.

O desafio, garante o profissional da Educação, é levar as informações sobre o mosquito traiçoeiro da forma mais criativa e participativa possível, inclusive no incentivo de atividades que levam a garotada a colocar a mão na massa.

Apesar de a campanha ainda não estar na rua oficialmente, o tema dengue já foi explorado em feiras de ciências em algumas escolas públicas do DF. Na guerra contra o Aedes aegypti vale tudo, como apresentações teatrais, de música, palestras, cursos, debates e informativos virtuais.

“Os alunos entram como multiplicadores dessa informação, dando o alerta para os cuidados básicos no combate à doença numa linguagem que eles possam compreender facilmente”, destaca o professor.

“Há várias maneiras de explorar o tema. Como professor de biologia, gosto muito de usar os informativos virtuais, como uma página no Instagram, ou incentivar a turma a criar, por exemplo, armadilhas que atraem o mosquito, fazer buracos em pneus e orientar que os alunos conscientizem seus familiares sobre a prática, no dia a dia”, ensina.

Cenário da dengue

Os casos de dengue no Distrito Federal seguem em queda quando comparados com o mesmo período de 2020. Até o momento, já foram notificados 5.629 episódios prováveis da doença, um decréscimo de 81,5%. Considerando a complexidade da infecção, este ano foram registrados 61 casos com sinais de alarme, sete graves e cinco óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 30.467 casos e 22 óbitos.

O gerente de Vetores de Animais Peçonhentos e Ações de Campo da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, Reginaldo Braga, reforça o empenho do governo nas ruas com ações voltadas à prevenção. “Estamos atentos a todas as regiões do DF, com a programação de repetir as mesmas ações e intensificar o manejo ambiental, que é a retirada de possíveis depósitos criadouros, os chamados inservíveis”, assegura.