O Conselho de Segurança da Federação Russa, órgão composto pelo Presidente do país e outros altos ministros e funcionários, recomendou novas medidas contra associações religiosas nacionais ou estrangeiras cujas ideias tenham “impacto negativo na defesa e segurança do país”.

Em uma reunião do Conselho em 12 de julho, foram apresentadas “evidências da influência negativa na situação no país de algumas organizações estrangeiras e russas”, disse um comunicado de imprensa. Segundo o Conselho de Segurança, esses grupos estão “realizando suas atividades destrutivas sob o pretexto de projetos humanitários, educacionais, culturais, nacionais e religiosos”.

Esta influente instituição liderada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pelo vice-presidente do Conselho, Dmitri Medvedev, diz ser um dever das instituições russas “neutralizar as ameaças internas à segurança nacional”.

Qualquer tipo de “permissividade” com “o uso de dogmas religiosos para fins negativos, gerando extremismo religioso” deve acabar, concordou o Conselho de Segurança na reunião.

Seus membros “consideraram uma série de medidas destinadas a combater o radicalismo religioso” na Rússia. Uma das prioridades, disseram, é “intensificar o trabalho de identificação de mecanismos para que os Estados estrangeiros utilizem as atividades das associações religiosas para interferir nos assuntos internos do nosso país”, afirmou o Conselho.

Mais pressão para grupos minoritários

Grupos de direitos humanos têm alertado que a liberdade religiosa e a liberdade de culto foram restringidas pelas autoridades russas no ano passado.

As conhecidas como Leis Yarovaya em 2016 foram um ponto de virada que proibiu atividades de grupos religiosos minoritários, como igrejas evangélicas.

Outros grupos, como as Testemunhas de Jeová, foram ilegalizados após serem rotulados como “extremistas”. Mórmons também foram detidos e deportados.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, em imagem distribuída pelo Conselho de Segurança da Federação Russa.

Evangélicos e outros contra a guerra

Em março, alguns líderes evangélicos como o chefe da Aliança Evangélica Russa, Vitaly Vlasenko, estavam entre os muitos representantes religiosos (incluindo padres ortodoxos) que se opuseram à invasão da Rússia e estão pedindo a Vladimir Putin que pare a guerra.

Milhares de cidadãos foram presos na Rússia por expressarem sua oposição à invasão da Ucrânia. Os líderes internacionais estão pedindo à Rússia que respeite a liberdade de expressão.

Folha Gospel com informações de Evangelical Focus