salário mínimo de R$ 1.100, que passou a valer neste ano, ficou abaixo da inflação de 2020. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (12/1), mostram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2020 acumulou alta de 5,45%, acima das estimativas do governo que corrigiram o piso salarial.  

Logo, se essa taxa for aplicada integralmente, o salário mínimo deverá ser corrigido, pelo menos, para R$ 1.102, uma vez que o governo não costuma estipular o salário mínimo com os valores quebrados e arredondaria os R$ 56,95 para R$ 57.  Em janeiro do ano passado, o governo acabou atualizando o valor do mínimo após o dado do INPC ter ficado acima da correção inicial.

No fim de dezembro de 2020, quando anunciou o mínimo de R$ 1.110, a equipe econômica informou que estimou uma taxa de 5,22% para o INPC de 2020 e e arredondou o valor “para cima”, o que resultou na taxa de 5,26% sobre os R$ 1.045.

Conforme os dados do Ministério da Economia, a cada real a mais de reajuste no salário mínimo, as despesas do governo federal com a Previdência Social sofrem um impacto de R$ 351,1 milhões no Orçamento de 2021. Logo, a correção de R$ 2 a mais sobre os R$ 1.100, implicaria em mais R$ 702,2 milhões aos gastos públicos em um Orçamento que não tem espaço para novos desembolsos, a não ser que ocorram cortes de gastos obrigatórios ou aumento de carga tributária.

INPC

Calculado pelo IBGE desde 1979, o INPC é o indicador da carestia para as famílias com rendimento mensal de até cinco salários mínimos e é também o índice mínimo de correção do piso salarial. Resta saber se o governo vai atualizar o valor do salário mínimo o piso sem ao menos corrigir pela inflação. Vale lembrar que o ano de 2021 é o segundo em que a regra com reajuste do piso em termos reais, ou seja, acima da inflação — com INPC mais o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes — deixou de vigorar.