O mestre de obras Evaldo da Silva, morador de Santa Maria há mais dez anos, será usuário da obra em que trabalha | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília
Seu Evaldo é criador e criatura. E não é mero jogo de palavras. Qualquer que seja o lado, ele é só alegria. Não é por menos! Evaldo Paulo da Silva, 63 anos, é o mestre de obras do Terminal Rodoviário de Santa Maria – o primeiro que a cidade vai ganhar em 28 anos de existência. Ao mesmo tempo, o homem, que é encarregado da fiscalização e coordenação das obras do terminal, é morador da cidade há mais de uma década.
“Estou muito orgulhoso de trabalhar nessa empreitada. Já peguei muito ônibus aqui. Nessa área tinha um terminal improvisado e a gente ficava no meio da poeira ou, então, no sereno. Quando chovia, todo mundo tentava se proteger lá no comércio”, relata Evaldo.
Assim como vai mudar o cotidiano do mestre de obras, o novo Terminal de Santa Maria vai transformar a vida da população da cidade e das imediações; gente que estuda ou trabalha em diversas localidades do Distrito Federal e que precisa utilizar o transporte público. Pelo local passam 76 ônibus, aproximadamente, que fazem 434 viagens de segunda a sexta-feira, 324 aos sábados e 293 aos domingos.
434viagens são feitas por 76 ônibus, diariamente, de segunda a sexta-feira
O terminal está localizado na quadra 401. Previsto para ser entregue à população em setembro, deve ser inaugurado com três meses de antecedência, em junho. O valor da obra é de R$ 4,8 milhões, custeada com recursos de emendas parlamentares e do orçamento do Governo do Distrito Federal (GDF).
A construção, que ocupa 2.569 m² dos poucos mais de 16.000 m² da área total do terreno, já está 95% pronta. Como qualquer obra em fase de acabamento, falta fazer a pintura final, sinalização dos boxes, plantio de grama e a limpeza geral.
Mais comodidade
“Vamos entregar a obra antes do prazo previsto. É um presente que daremos a Santa Maria. Com uma junção de esforços será possível oferecer mais conforto e segurança à comunidade”, comemora o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro Silveira.
O novo terminal vai trazer comodidade para os usuários do transporte público. Banheiros, lanchonete, acessibilidade para as pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção são algumas das benfeitorias que vão ajudar a promover o bem-estar da comunidade.
O terminal será ponto de partida de linhas de ônibus circulares e linhas alimentadoras do BRT. A estrutura também poderá ser utilizada para fazer a integração com as linhas do semiurbano do Entorno do DF. A estrutura abrigará 10 boxes para embarque e desembarque de passageiros, além de 53 três baias de ônibus destinadas às pessoas que estão aguardando o transporte.
A construção inclui também um estacionamento com capacidade para 60 veículos e 25 motocicletas, bicicletário e paraciclo.
“Fenomenal. É essa a única palavra que me vem à cabeça quando penso que teremos um terminal rodoviário em Santa Maria”Régis Cardoso Freitas, cobrador
A administradora de Santa Maria, Marileide Romão, afirma que a inauguração do terminal rodoviário vai ser um ponto de partida para uma nova história da cidade. “ É uma conquista para todos. Lembro de quantas vezes peguei ônibus no local e não havia um abrigo para nos atender. Os rodoviários também não tinham um lugar decente para começar seu dia. Agora, tudo isso será diferente. Para melhor”, disse.
“Fenomenal. É essa a única palavra que me vem à cabeça quando penso que teremos um terminal rodoviário em Santa Maria”. A declaração é de Régis Cardoso Freitas, 45 anos, cobrador (e futuro motorista) da Viação Pioneira, onde trabalha há 10 anos.
Transporte acessível
Daniel Soares Trindade de Carvalho, 18 anos, acredita que o terminal vai melhorar a oferta de ônibus para os moradores de Santa Maria. Antes da pandemia da covid-19, o rapaz levava cerca de 30 minutos para ir de casa, em Santa Maria, ao Centro de Ensino Médio (CEM 804), no Recanto das Emas. “Acho que o terminal vai ajudar na circulação dos ônibus. O transporte vai ficar mais acessível”, disse o rapaz.
Para Regina Célia do Nascimento, 69 anos, vai ser mais cômodo ficar aguardando o transporte para casa, no novo terminal. Moradora de Samambaia, Regina trabalha como cozinheira em um restaurante de Santa Maria. Por isso mesmo, quer um pouco de comodidade na hora de retornar para casa. “Vai ficar melhor de esperar o ônibus. É horrível essa poeira toda nesse terminal provisório”, declarou.
Dono de uma barraca de frutas localizada próxima ao novo terminal, Osvaldo Fernando Oliveira, 67 anos, não vê a hora de triplicar os rendimentos. Sim, porque o comerciante acredita que as vendas de bananas, laranjas e melancias vão aumentar assim que o novo terminal estiver funcionando. “Vai melhorar muito. Vai ser um entra e sai de gente e vou trazer mais variedades – as frutas da estação”, afirma.