Celina e seu destino possível: ser eleita governadora do DF em 2026

Brasília, 03 de novembro de 2025 — A trajetória política de Celina Leão tem se desenhado com a precisão de quem conhece as regras do tabuleiro e, ao mesmo tempo, a sutileza de quem sabe ouvir os ventos da mudança. Vice-governadora do Distrito Federal, Celina vem se movendo com estratégia e prudência para consolidar o que pode se tornar um dos movimentos mais emblemáticos da eleição de 2026: sua ascensão ao Governo do DF.

Nos últimos meses, Celina intensificou sua presença nas redes sociais, retomou o diálogo com antigos aliados e revisou suas alianças políticas. Em tempos de incerteza, ela parece compreender — à maneira de Maquiavel — que “a fortuna favorece os audazes, mas é a prudência que mantém o poder em pé”.

A vice-governadora enfrenta agora o desafio mais complexo de sua carreira: construir uma identidade própria sem romper com o governo do qual faz parte. A equação é delicada — requer equilíbrio entre continuidade e renovação, entre lealdade e independência. O eleitorado brasiliense, exigente e crítico, saberá distinguir quem apenas administra de quem realmente governa.

Os dados recentes das pesquisas apontam vantagem para Celina. Segundo levantamento do Paraná Pesquisas (agosto de 2025), ela lidera com 37,2% das intenções de voto. Em seguida aparecem José Roberto Arruda (16%), Leandro Grass (9,7%), Izalci Lucas (9%), Paula Belmonte (6%) e Ricardo Cappelli (5,2%). Em cenário alternativo divulgado em junho, Celina mantinha 31,1%, à frente de Fred Linhares (21,5%) e Arruda (15,3%).

O colégio eleitoral do DF, com mais de 2,2 milhões de votantes, distribui-se de forma heterogênea. Ceilândia, com cerca de 368 mil eleitores, é o coração popular da capital. Taguatinga e Samambaia representam a força da classe trabalhadora, enquanto o Plano Piloto e Águas Claras concentram o voto de perfil técnico e de classe média. Entender essas nuances regionais será vital para a consolidação de qualquer projeto político vencedor.
Entre as áreas de maior cobrança está a Saúde Pública. Apesar dos esforços recentes do governo Ibaneis–Celina, o setor ainda carrega deficiências históricas. Especialistas apontam a necessidade de uma reformulação moderna em quatro frentes:

  1. Redução do tempo de espera nos atendimentos primários;
  2. Celeridade em cirurgias e tratamentos especializados;
    Implantação de protocolos de qualidade, como a certificação ISO 9001;
  3. Revitalização e construção de hospitais, com prioridade para o de Taguatinga.
  4. Celina tem diante de si um desafio e uma oportunidade: provar que é possível humanizar a gestão sem perder a eficiência administrativa.

Caso consiga traduzir política em serviço e liderança em propósito, poderá reconfigurar o mapa de forças do Distrito Federal.

E, como lembraria Maquiavel em O Príncipe, “o governante sábio deve firmar-se nas obras, não nas promessas”. O futuro, em política, pertence àqueles que entendem o tempo — e o tempo, ao que tudo indica, começa a se inclinar a favor de Celina.

Por fim, outro fator que coloca Celina em posição de indiscutível vantagem para 2026 foi sua conduta durante o afastamento temporário do governador Ibaneis Rocha. Embora pressionada de todos os lados, ela manteve-se leal e preservou a estabilidade institucional do governo, conduzindo o Distrito Federal com serenidade e senso de Estado.
Naquele momento, Celina talvez não percebesse em toda a dimensão, mas ali selava o que Maquiavel definiu como o atributo mais raro entre os governantes: “A lealdade é uma virtude que poucos mantêm quando a fortuna muda de lado.”
Esse gesto de fidelidade a Ibaneis não apenas consolidou sua imagem de liderança responsável, como a projetou como sucessora natural de seu legado político.

David Costa é jornalista, pensador político e autor do livro em preparo O Soberano. É apaixonado por xadrez. Em 2005 Costa fundou a Revista Contemporânea, que circulou em versão impressa por doze anos.

Fonte: Por David Costa – Política em Pauta