O governo de Minas Gerais confirmou mais duas mortes por febre maculosa na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os óbitos foram registrados em Matozinhos.
Um deles era um adolescente de 17 anos, que chegou a ser internado em uma unidade de saúde da capital. A informação foi confirmada pelo secretário de estado de saúde, Fábio Baccheretti, em entrevista ao Estado de Minas.
Em 2025, o estado já confirmou quatro contaminação fatais. Os dois primeiros registros aconteceram em Caeté, também na Grande BH. Em relação a possíveis infecções em investigação, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) apura outros 13 casos prováveis.
Ao todo, ainda segundo a SES-MG, em 2025, já foram confirmados 29 registros da infecção. Os municípios com maior número de casos são: Belo Horizonte (5), Itabira (4) e Santa Luzia (3). As cidades de Matozinhos e Caeté contabilizam dois casos. Bambuí, Betim, Boa Esperança, Contagem, Itueta, Lagoa Santa, Ouro Preto, Paracatu, Pedro Leopoldo, Serranópolis de Minas, Serro, Varginha, Vespasiano e Volta Grande contabilizam, cada uma, um caso de febre maculosa.
Nessa terça-feira (30/9), a Prefeitura de Pedro Leopoldo confirmou mais um caso da doença. Em nota, a administração municipal informou que o paciente é um homem, de 48 anos, que mora na área rural. A suspeita é que o local provável de infecção (LPI) foi na própria residência.
Novas contaminações
De acordo com o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa e de gravidade variável. Apesar de os quadros clínicos variarem entre leves e até formas graves, a taxa de letalidade da doença é alta.
A infecção é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. No Brasil, duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros clínicos da febre maculosa. Ainda segundo a Prefeitura de Pedro Leopoldo, o paciente apresentou quadro clínico com a doença, foi hospitalizado, recebeu tratamento adequado e evoluiu para a cura.
Questionado sobre quais medidas estão sendo tomadas para evitar novas contaminações, o Executivo informou que tem divulgado uma campanha de conscientização com informações sobre prevenção e cuidados contra a doença. “Além disso, reforço nos procedimentos nos postos de saúde, orientando as equipes sobre como agir diante de casos suspeitos”, afirmou a prefeitura.
Situação da doença em BH
Já na capital, em 2025, foram registrados quatro casos da doença, conforme dados repassados pela Secretaria Municipal de Saúde. Três pacientes tiveram infecção em outras cidades, e um, em Belo Horizonte. No ano passado, foram registrados 11 casos importados, ou seja, de moradores que se infectaram em outros municípios.
Em nota, a PBH informou que o município mantém uma vigilância epidemiológica contínua e sistemática, voltada à prevenção e à redução dos riscos de ocorrência da doença, com ações de conscientização e orientação da população. Além disso, segundo o Executivo, os profissionais que atuam nas unidades de saúde estão preparados para identificar casos suspeitos da doença.
Decreto de emergência
Em 19 de setembro, a Prefeitura de Caeté, também na Região Metropolitana, decretou situação de emergência em saúde pública após a confirmação, no dia anterior, de que duas pessoas morreram em decorrência da doença no município. Na época, o Executivo confirmou que a causa dos óbitos foi confirmada por laudos emitidos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
O decreto, com validade inicial de 180 dias, proíbe a realização de atividades ou eventos em áreas rurais e permitirá ao município adquirir insumos com dispensa de licitação, além de realizar de forma compulsória exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas e tratamentos médicos. O documento também prevê a criação de um grupo especial, coordenado pela Secretaria de Saúde, para lidar com a doença.
Quais são os sintomas da febre maculosa?
- Febre
- Dor de cabeça intensa
- Náuseas e vômitos
- Diarreia e dor abdominal
- Dor muscular constante
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
- Gangrena nos dedos e orelhas
- Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória
Como é o tratamento?
O tratamento, que é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte da pessoa, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico.
Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de sete dias, devendo ser mantida por três dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento da doença pode agravar o caso podendo ser fatal.
A partir da suspeita clínica de febre maculosa, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes do resultado laboratorial.
Como se prevenir da doença?
- Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro.
- Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas.
- Evite andar em locais com grama ou vegetação alta.
- Use repelentes de carrapatos;
- Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;
- Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça.
- Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água.
- Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos.